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Por Thalita Peres (@thalita__peres)

11/12/2023 12h51 Atualizado 11/12/2023

Jade Picon ganhou a empatia de outras mulheres ao dividir que, infelizmente, faz parte das estat�sticas: ela � mais uma que sofreu importuna��o e ass�dio sexual ao longo da vida. Durante o podcast "E voc�?", comandado por Manu Xavier, a atriz entrou em detalhes de um deles: que teve seu corpo invadido em um elevador ap�s um homem passar a m�o nele.

Em entrevista exclusiva � Glamour Brasil, Jade afirma que esse ass�dio n�o foi o primeiro que aconteceu na vida, que aprendeu a ouvir melhor a intui��o e que a den�ncia precisa ser feita contra o agressor. "Quando abrimos espa�o para esse tipo de discuss�o, somamos for�as para que outras que venham a passar por isso entendam que n�o est�o sozinhas, que devem denunciar. Que isso n�o � motivo de vergonha para elas. � um crime e o agressor deve pagar por ele".

Confira a entrevista na �ntegra:

Glamour Brasil: Jade, voc� foi muito corajosa ao expor o caso de ass�dio que sofreu. Para muitas mulheres, � dif�cil falar sobre, por medo, inseguran�a do que os outros v�o pensar, etc... Por voc� ser uma famosa, acaba inspirando outras mulheres a denunciarem. Quando voc� decidiu que estava pronta para falar sobre?Jade Picon: O epis�dio n�o foi o primeiro e, infelizmente, tamb�m n�o ser� o �ltimo. Mas foi o primeiro que eu tive a for�a e a coragem para denunciar e fazer com que o agressor pagasse pelo crime. At� ent�o, eu nunca havia falado publicamente sobre o tema por n�o me sentir confort�vel para trazer � tona. Tinha 15 anos, era uma menina, e j� tinha minha vida exposta na internet por trabalhar no meio. N�o foi nada planejado abrir o assunto durante a entrevista. Foi algo que veio de forma espont�nea porque o momento e o ambiente me trouxeram seguran�a para dividir o que aconteceu comigo. Sabia que, quando a entrevista fosse ao ar, o relato poderia tomar grandes propor��es. Decidi que era o momento de falar para entender a import�ncia que esse di�logo tem e como isso pode encorajar outras meninas e mulheres a falarem sobre o que passam e passaram e, principalmente, denunciarem.

Voc� consegue relembrar o que aconteceu?Eu estava no interc�mbio na Inglaterra com mais duas amigas. Quando est�vamos voltando para o nosso pr�dio, vi um homem estranho no port�o. Assim que entramos, ele veio atr�s. Naquele momento, j� estranhei por ele ter nos esperado para pegar o elevador. Na hora, n�o sei explicar o que senti, mas tive um pressentimento de "cara, n�o entra ali". Como eu n�o sabia explicar o que senti para minhas amigas, acabamos entrando. Foi ali que aconteceu: ele entrou com a gente e passou a m�o em mim. Foi horr�vel. N�s o denunciamos para a pol�cia, nossos pais foram contatos, por�m o trauma � algo que fica. Hoje, aprendi e prefiro seguir minha intui��o.

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Voc� acha importante abrir o di�logo sobre ass�dio?Com certeza! Eu demorei para falar sobre, por�m por ser uma pessoa p�blica, me sinto na obriga��o de abrir discuss�es sobre temas que possam ajudar outras mulheres, ainda mais considerado o fato do meu p�blico ser majoritariamente formado por meninas. Quando abrimos espa�o para esse tipo de discuss�o, somamos for�as para que outras que venham a passar por isso entendam que n�o est�o sozinhas, que devem denunciar. Que isso n�o � motivo de vergonha para elas. � um crime e o agressor deve pagar por ele.

Qual conselho voc� d� para as mulheres que passam pela mesma situa��o? Denunciem. Eu tive uma rede de apoio muito grande. Minha fam�lia estava ali para me dar surporte, mas sei do meu privil�gio e que muitas mulheres n�o t�m as mesmas oportunidades. Ent�o, busquem ajuda, busquem a justi�a, falem sobre isso e n�o deixem que normalizem situa��es como essas. Nossos corpos s�o s� nossos e n�o de mais algu�m. N�o podemos deixar que sejam violados e que essa viol�ncia seja invalidada. Al�m disso, algo que aprendi e levei para mim: seguir minha intui��o, j� que n�o pago para mais para ver quando sinto que algo est� errado.

De acordo com uma pesquisa do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, datado de 2023, 28,9% das brasileiras j� sofreram algum tipo de viol�ncia de g�nero no ano passado, a maior preval�ncia j� registrada, com 4,5% pontos percentuais acima do resultado da �ltima pesquisa, chamada "Vis�vel e Invis�vel: a Vitimiza��o de Mulheres no Brasil".

Os dados mostram que cerca de 18,6 milh�es de mulheres brasileiras foram v�timas no per�odo, o que � equivalente a lotar um est�dio de futebol com capacidade de 50 mil pessoas lotado todos os dias.

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